SINÔNIMO
Alcool etilico , Dosagem alcoolica , ETANOL – U
ATENDIMENTO:
Não há necessidade de questionário para a dosagem de etanol na urina, apenas para a dosagem no plasma.
Informar se o cliente é exposto ocupacionalmente .
TIPOS DE AMOSTRA
Urina recente.
TUBO(S) DE COLETA
Tubo cônico.
POSSIBILIDADE DE URGÊNCIA: NÃO
VOLUME MÍNIMO
2,5 mL. .
MÉTODO
CROMATOGRAFIA GASOSA – HEADSPACE – Método in house
INSTRUÇÕES DE PREPARO
Lavar as mãos antes de colher.
Colher urina após retenção urinária de 4 horas.
Fazer higiene da genitália com água e sabão, secar, desprezar o 1º jato de urina, coletar o jato médio em frasco próprio.
Informar se é urina início ou final de jornada quando for exposição ocupacional.
Não realizar assepsia na genitália utilizando produtos que contenham álcool etílico.
Este exame não se destina à finalidade forense (vide item comentários).
Para essa finalidade, sugere-se a dosagem do etanol em plasma.
INSTRUÇÕES DE COLETA E PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS PARA ANÁLISE
Enviar preferencialmente em tubo de transporte fornecido pelo Hermes Pardini.
Ao transferir à amostra para o tubo de transporte recomenda-se respeitar a quantidade de 4mL para evitar quebra do frasco durante o processo de congelamento, e diminuir a volatilidade da amostra.
Refrigerar imediatamente após a coleta.
TRANSPORTE
Transportar refrigerado (2°C a 8°C).
TRIAGEM:
Transportar congelado.
ESTABILIDADE
Até 5 dias congelado entre 0º e -20º C.
INSTRUÇÕES DE REJEIÇÃO
Amostra enviada pela triagem descongelada.
INTERPRETAÇÃO
A maior parte do etanol é metabolizada no fígado, principalmente por ação da enzima álcool-desidrogenase.
Quando há consumo crônico de álcool, ocorre indução enzimática, sendo as taxas de metabolismo mais altas.
A farmacocinética do álcool é complexa e depende também de outros fatores genéticos e ambientais, como a quantidade e o tipo de bebida ingerida, a presença de alimentos no estômago, o fluxo sanguíneo hepático, idade e sexo, além da atividade enzimática.
Esses fatores podem ser responsáveis pelas diferenças observadas na eliminação do etanol que, em geral, varia de 10 a 25 mg⁄dL⁄hora.
A excreção do etanol inalterado através do suor, respiração e urina, corresponde a 2 a 5% do total.
Deve-se ressaltar que o etanol é rapidamente eliminado do organismo, sendo a detecção de sua presença no sangue, urina ou ar expirado útil apenas para a investigação do consumo recente de álcool, ou seja, nas poucas horas que antecedem a coleta.
O tempo de detecção do etanol na urina é de 6 a 12 horas. É importante ressaltar que para investigação de consumo prévio de álcool, a dosagem em sangue total, soro ou plasma é considerada a referência para avaliar as concentrações de etanol.
A dosagem na urina é uma alternativa adotada pela maior praticidade, mas os valores não podem ser diretamente relacionados aos níveis sanguíneos.
Como a urina é armazenada na bexiga antes de ser eliminada, a concentração de etanol pode ser subestimada ou superestimada.
A concentração dosada estará abaixo do esperado quando a urina produzida após o consumo de álcool for diluída pela urina previamente formada e isenta de etanol na bexiga.
Por outro lado, quando o indivíduo já atingiu a fase pós-absortiva e não houve esvaziamento completo da bexiga, a urina recém-formada pode contaminar-se com a urina já presente na mesma, que contém maior concentração de etanol, sendo o resultado da dosagem urinária alterada mesmo com a concentração sanguínea já normalizada.
O exame , quando realizado na urina, é útil para avaliar-se a exposição ao etanol, mas não possui valor forense.
Para essa finalidade, recomenda-se a dosagem do etanol no sangue.
Embora a maior fonte de exposição ao etanol seja a ingestão de bebidas alcoólicas, outras fontes não devem ser ignoradas.
O etanol é muito usado como solvente, reagente e produto intermediário na indústria.
Neste cenário, ele pode ser utilizado como anticongelante, combustível, solvente de tintas e na fabricação de plásticos e borracha sintética.
Uma importante via de exposição ocupacional é a inalatória.
O etanol também é utilizado como componente de produtos domésticos e de uso pessoal.
Adicionalmente, há um nível naturalmente presente no organismo devido ao metabolismo da flora intestinal e microrganismos eventualmente presentes na urina também são capazes de produzir etanol pela conversão metabólica da glicose ou de outros substratos endógenos.
Na fase pré-analítica, também é importante estar atento à possibilidade de interferentes e recomenda-se que a assepsia não seja realizada com produtos que contenham álcool etílico.
Fonte do valor de referência: Jacobs DS, De Mott W R, Oxley D K. Laboratory Test handbook. 5th ed. Hudson (Cleveland):Lexi-Comp, 2001: 789.